(PT/BR) oi, gente!
como vocês perceberam, vai ser bem difícil manter isso aqui. eu juro que tento, mas ou eu esqueço ou me perco no tempo dentre tudo que tem que ser feito.
tem sido bastante coisa. boas, mas bastante. mesmo fazendo só três cadeiras, é bem diferente a realidade daqui (pelo menos da Temple, mas pelo que me falaram é similar a outras faculdades nos EUA) em comparação com o saudoso PPGH da ufrgs. as leituras são bem mais numerosas (coisa de um livro/semana pra cada disciplina), temos sempre que estar engajados em aula e cada semana é um aluno que lidera a discussão (os profes só observam e fazem comentários extremamente pontuais num geral), a quantidade de cadeiras obrigatórias é maior também. aqui eles focam muito em toda a função de ~construir um currículo, e isso vai além de publicar artigos: participar de palestras, do clube de pós-graduandos, buscar bolsas-prêmio pra desenvolver pesquisa, viajar pra pesquisar, passar na sala de profes pra “ser visto”, engajar nas atividades do departamento em geral – que, novamente, comparadas às nossas são em maior quantidade (pelo menos 1 vez por semana tem algum professor visitante e uma “coffee hours” com o clube). obviamente que é empolgante, mas ao mesmo tempo é “overwhelming”, e pra mim é tudo mais devagar, sabem? eu tava conversando com meus colegas e comecei a ouvir alguns audiobooks e é loucura, porque se for uma velocidade mais do que 1.0x eu não consigo anotar as coisas importantes… 1.5x eu tenho que ler junto pra conseguir entender. Isso é frustrante, e eu acho que muita gente deve pensar “ué mas não sabia falar inglês?” e a sensação aqui às vezes é de que os anos que meus pais investiram em cursinho não foi o suficiente. mas não é bem isso, e eu tento não me cobrar. é uma leitura especializada numa linguagem formal e acadêmica, e ainda não tenho todo o tempo do mundo pra ler e absorver. mas seguimos. os poucos feedbacks que recebi de professores até agora são de que meu desempenho tá sendo satisfatório.
no resto, eu e o vic estamos relativamente bem sucedidos em manter uma rotina. a academia aqui do prédio parecia melhor quando visitamos do que agora que temos que usar, mas é bem suficiente e tenho conseguido ir regularmente – me obrigo porque no fim me faz desligar do resto. o vic tem feito a maioria das refeições, e no fim das contas ele superou a mestra. é loucura que quando eu conheci o menino não sabia fazer arroz e hoje ele faz comidas deliciosas, além de cuidar da casa junto, lavar as roupas e ser o carinho que eu mais preciso mesmo quando só o que eu consigo fazer por ele é uma xícara de café (que ele nem gosta tanto assim). essa semana que passou fizemos uma atividade de entrevistar um colega e vice-versa na aula de história oral e o meu colega me perguntou qual a coisa mais legal que eu conheci/vi aqui, e eu só consegui responder que não era sobre o país ou a cidade, mas sobre estar empolgada por estar compartilhando tudo isso com o victor. pouco a pouco estamos comprando coisas pra nossa casinha, nossas malas ainda estão espalhadas porque não temos armário, mas nada poderia me fazer mais feliz. eu lembro também que no início do nosso namoro a gente se comunicava por emails e um dia eu escrevi sobre gostar de ir no super porque me fazia sentir que o mais simples poderia ser bom ao lado dele, e podíamos fingir que morávamos juntos. isso foi há 8 anos atrás e eu mal podia esperar e no fim tá sendo muito melhor do que eu poderia imaginar.
queria contar uns extras numa seção rapidinha:
- depois de TRÊS banhos de chuva (de me ensopar mesmo, coisa de 5 minutos) consegui comprar uma sombrinha por um valor adequado;
- três semanas atrás, numa sexta 14h recebi um email da universidade dizendo que eles tavam oferecendo ingressos de graça pra um stand-up do Adam Sandler pra quem chegasse 17h no lugar. pensamos “ok vamos nos aventurar” e foi genial!!!!!! (exceto pelo cara que abriu, um comediante famoso que não vou citar mas posso falar no privado, absurdamente racista. isso foi bem trash e ver as pessoas rindo bem perturbador. mas o adam sandler pareceu ser do bem e não fez piadas problemáticas!!!!)
- comemos finalmente um cheesesteak e já fomos no mesmo lugar de novo esse fim se semana. eu não sei se todos são bons (honestamente, já vimos umas reviews tenebrosas) mas o que o victor encontrou é absurdo de bom. meu deus. uma baguete com filé queijo e cebola. por deus.
- eu fui chamada pra apresentar uma historiadora num evento que vai ter aqui e ir almoçar depois!!! é coisa simples, 1-2 minutos, mas ter sido convidada por gostar da temática me fez feliz! conto depois como foi!!
- fomos no cinema ver THE LIFE OF A SHOWGIRL e eu saí não gostando muito mas depois fui ouvir o álbum e estou viciada no quarteto fate of opheli-a-elizabeth tayLOR-ooooo oo opalite-i am your father figure i drink the brown liquor i can make deals with the devil because.. omg. gênia?
a grazi disse que é estranho me ler em português porque parece meio anti natural e eu tenho que concordar porque não é!!! eu não sei escrever assim, falando pra ninguém e todo mundo ao mesmo tempo, tentando falar o que pode ser interessante ou legal. sei lá ok? to me esforçando!!
thats the life of a showgirl babe..
(EN/US) Hi, guys!
As you’ve noticed, it’s going to be really hard to keep this up. I swear I’m trying, but I’ll either forget or lose track of everything that needs to be done.
It’s been a lot. A “a good lot”, but a lot. Even though I only attend three courses, the reality here (at least at Temple, but from what I’ve heard, it’s similar to other colleges in the US) is quite different compared to the much-missed PPGH at UFRGS. The readings are more numerous (about one book per week for each course), we always have to be engaged in class, and each week a student leads the discussion (the professors just observe and make extremely specific comments in general). The number of required courses is also higher. Here, they focus heavily on the whole function of ~building a CV, and this goes beyond publishing articles: attending lectures, the graduate student club, seeking research grants, traveling to research, visiting professors’ offices to “be seen”, engaging in general department activities—which, again, are more frequent compared to ours (at least once a week, there’s a visiting professor and a “coffee hour” with the club). Obviously it’s exciting, but at the same time it’s overwhelming, and for me, everything is slower, you know? I was talking to my classmates and started listening to some audiobooks, and it’s crazy, because if it’s faster than 1.0x, I can’t take notes on the important things… At 1.5x, I have to read along to understand. It’s frustrating, and I think a lot of people must think, “Oh, but I didn’t know how to speak English?” and sometimes the feeling here is that the years my parents invested in prep courses weren’t enough. But that’s not quite the case, and I try not to pressure myself. Listen, it’s specialized reading in formal, academic language, and I still don’t have all the time in the world to read and absorb. But we keep going. The little feedback I’ve received from teachers so far indicates that my performance is satisfactory.
Otherwise, Vic and I have been relatively successful in maintaining a routine. The gym here in the building seemed better when we visited than it is now that we are using it, but it’s quite adequate, and I’ve been able to go regularly—I force myself to because it helps me disconnect from everything else. Vic has been cooking most of the meals, and in the end, he’s surpassed his master. It’s crazy that when I met him, he didn’t know how to cook rice, and now he makes delicious meals, besides taking care of the house with me, doing the laundry, and being the rock I need, even when all I can do for him is make him a cup of coffee (which he doesn’t even like that much). Last week, we did an activity of interviewing a classmate and vice versa in oral history class, and my classmate asked me what the coolest thing I’ve seen/learned here is, and all I could say was that it wasn’t about the country or the city, but about being excited to be sharing all of this with Vic. Little by little, we’re buying things for our little house. Our suitcases are still scattered because we don’t have a closet, but nothing could make me happier. I also remember that at the beginning of our relationship, when communicated by email, one day I wrote about enjoying going to the supermarket because it made me feel like the simplest thing could be good with him, and we could pretend we lived together. That was eight years ago, and I couldn’t wait, and in the end, it’s been much better than I could have imagined.
I wanted to share a few extras in a quick section:
- After THREE showers (soaking myself in a 5 minutes rain), I managed to buy an umbrella for a reasonable price;
- Three weeks ago, on a Friday at 2 p.m., I received an email from the university saying they were offering free tickets to an Adam Sandler stand-up show for anyone who arrived at the venue by 5 p.m. We thought, “okay, let’s go for it,” and it was brilliant! (Except for the opening guy, a famous comedian I won’t name but can tell you privately, who was absurdly racist. It was pretty trashy, and seeing people laughing was quite disturbing. But Adam Sandler seemed like a good guy and didn’t make any problematic jokes!)
- We finally had a cheesesteak last week, and we went to the same place again this weekend. I don’t know if they’re all good (honestly, we’ve seen some terrible reviews), but the one Victor found is insane. My God. A baguette with steak, cheese, and onions. omg
- I was asked to introduce a historian at an event here and go to lunch afterward!!! It’s a simple thing, 1-2 minutes, but being invited because I like the topic made me happy! I’ll tell you how it went later!!
- We went to the movies to see THE LIFE OF A SHOWGIRL and I didn’t really like it, but then I listened to the album and I’m hooked on the quartet Fate of Ophelia-a-Elizabeth Taylor-ooooo oo Opalite-I am your father figure. I drink the brown liquor. I can make deals with the devil because… omg. Genius?
Grazi said it’s weird to read me in Portuguese because it seems kind of unnatural, and I have to agree because it’s not!!! I don’t know how to write like that, talking to no one and everyone at the same time, trying to say something interesting or cool. I don’t know, okay? I’m trying!!
and that’s the life of a showgirl, babe..